segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Canto bucólico

A Da Damaia:

Sim. Quando ia passar o Verão à terra da minha avó, ali para os lados de Tondela, adorava colher amoras pelos carreiros do pinhal e ir cantando para os meus botões. O bucolismo e o canto são grandes amigos, pelo menos, para mim. E então regados com o calor da canícula, melhor ainda...

3 comentários:

Ana Duarte disse...

"Ela canta, pobre ceifeira,
julgando-se feliz talvez.
Canta e ceifa, e a sua voz, cheia
de alegre e anónima viuvez,

Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
mais razões p'ra cantar que a vida.

Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente 'stá pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando!

Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência

Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro! Tornai
Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!"

Lembraste-me este poema de Pessoa... e, sendo que esta é a primeira vez que tenho um contacto mais directo contigo... deixa-me dizer que adoro o teu trabalho nos Deolinda. E o de toda a tua equipa. :) Parabéns pelos concertos e pelo álbum (já o pedi para o Natal)!

Um beijo.

Anónimo disse...

Essa imagem trouxe-me saudades da infancia... e trouxe calor, também!
E o Natal? Como passa o Natal um cantor? É daquelas alturas incómodas em que pedem desenfreadamente para cantar, ou é um canto que se oferece com gosto?
Umas boas festas, com um ano carregado de força na voz

Catherinne Duarte disse...

E eu que apanhava amoras silvestres e cantava também... em Ferrocinto (uma aldeola algures perto de Viseu).

=)

XxX