A minha voz está boa. Sinto-o. Apetece-me cantar. Assim, sem público, sem mais nem quê. Olho para ele e quero fazer-lhe um mimo. Ponho-me a cantar ao seu ouvido. Tantas vezes que cantamos para estranhos e damos tudo de nós, que pensei, “Que bom é podermos de vez em quando partilhar este dom com as pessoas que mais gostamos”. Em vez de palmas, espero ouvir carinhosamente suspiradas ao meu ouvido as palavras mágicas: “Ah...Casta Diva...”
Ao invés, dois berros: “Raispart’á Diva!!! Dói-me a cabeça. Já te tenho de ouvir nos concertos, dá-me um bocadinho de descanso...”
Quem melhor que as pessoas que nos são chegadas para nos fazer descer à realidade e nos tirarem logo essa ideia peregrina de que lá porque emitimos sons com a voz, somos uns seres especiais!!! Ora toma, que é para aprenderes: Santos da casa não fazem milagres.
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